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Material Técnico de Lubrificação


Função do Lubrificante

A principal função de um lubrificante é a formação de uma película que impede o contato direto entre duas superfícies que se movem entre si, contribuindo para reduzir o atrito entre dois corpos a níveis toleráveis. Este atrito, além de desgastar as partes, aquece o todo conjunto, além de comprometer a performance do motor ou equipamento. Portanto, podemos dizer que as funções de um lubrificante automotivo são:

  • Evita o contato metal / metal entre peças em movimento, reduzindo o atrito entre elas

  • Reduz a perda de pressão da câmara de combustão, vedando as folgas dos anéis de segmento

  • Ajuda na dissipação de calor

  • Evita a ferrugem e o desgaste corrosivo

  • Evita a formação de resíduos e sedimentos

Com a evolução dos lubrificantes, estes passaram a acumular novas funções como auxílio á vedação, dissipação térmica, entre outros. Esta performance é melhorada com a adição de aditivos específicos.

 

Tipos de Lubrificantes


Para a lubrificação automotiva, existem basicamente quatro tipos de lubrificantes, que são:

  • Óleos minerais: São obtidos a partir da destilação do petróleo.

  • Óleos semissintéticos: São óleos minerais que recebem alguns componentes modificados em laboratório para ter sua performance melhorada.

  • Óleos Sintéticos: São óleos modificados em laboratório, com uma alta taxa de aditivação.

  • Óleos Hidráulicos: São usados em câmbios automáticos e caixas de direção. São óleos formulados para suportar extremas pressões. Nesta aplicação, o óleo, além de lubrificar, é responsável pela transferência de força.

  • Graxas. As graxas nada mais são que óleos (que podem ser minerais, semi-sintéticos ou sintéticos) mais dispersões de sabões. O sabão misturado ao óleo dá a característica pastosa para ser aplicado em situações onde o óleo sozinho não ficaria retido.

  • No uso automotivo, sua aplicação se dá em rolamentos e homocinéticas.

 

Classificação de Viscosidade


A SAE (Society of Automotive Engineers) é a classificação mais antiga para lubrificantes automotivos, sendo emitida em 1911. Esta classificação define basicamente faixas de viscosidade a 100° C, subdivide-se em 2 faixas:

  • Uma escala codificada de baixa temperatura (0W a 25W, sendo o W do ingês “winter” – inverno).

  • Uma escala codificada para alta temperatura (20 a 60)

A viscosidade de um óleo varia de acordo com sua temperatura. Quanto maior, menos viscoso ele se torna. O desafio foi desenvolver um óleo que pudesse Ter uma viscosidade baixa para fluir melhor quando o motor estivesse frio e, conforme a temperatura fosse aumentando, a viscosidade permanecesse a mesma. Daí surgiram os óleos multi-grau.


Por exemplo, um óleo SAE 20W/50, se comporta em baixa temperatura como um óleo 20W, facilitando a partida do motor e em alta temperatura (100° C) trabalha como um, lubrificante SAE 50, permitindo seu uso em uma ampla faixa de temperatura.

 

Classificação de Desempenho para Óleos de Motor


Classificação API (American Petroleum Institute) A mais importante é a API / SAE, que define os novos testes de motores e especificações.


Além disto, este sistema permite a criação de novos níveis de qualidade á medida que o motores vão se aperfeiçoando. Esta classificação é composta de testes em bancos de prova, sob condições operacionais controladas, onde o lubrificante é avaliado sob condições variadas de temperatura, rotação, carga, etc.


Divide-se em classificação “S” para óleos usados em motores ciclo Otto e “C” para motores Diesel.

 

Propriedades Físico-Químicas


O óleo lubrificante possui algumas propriedades físico-químicas como:

  • Cor / Aparência: Nos lubrificantes automotivos, esta cor é dorada, com alguma derivação para o esverdeado. Com o trabalho, este óleo tende a escurecer em virtude da oxidação e da detergência.

Nós óleos hidráulicos, este apresenta uma coloração avermelhada

  • Odor: Tanto os óleos de motor, quanto os hidráulicos ou os de caixa de marchas possuem odor característico a cada um deles.

  • Viscosidade: É a propriedade mais importante do óleo lubrificante, podendo ser definida como a resistência ao escoamento. Esta medida é feita através de um viscosímetro.

  • Ponto de Fulgor: É a mais baixa temperatura na qual uma amostra de óleo desprende vapores, quando aquecida, em proporções suficientes para formar uma mistura inflamável com o ar.

  • Ponto de Fluidez: É a temperatura mínima em que o óleo, submetido a um processo d resfriamento, ainda flui.

  • Espuma: Todos os fluídos apresentam tendência a espumar quando submetidos a qualquer processo de aeração, como o contra-peso de um virabrequim batendo no óleo do cárter. Para evitar esta formação, são aplicados aditivos especiais.

  • Características de Extrema Pressão: É a capacidade que um lubrificante possui de suportar pressões elevadas, evitando que as superfícies em movimento entrem em contato direto.

Para avaliar a capacidade de carga de um óleo existe um método chamado Teste Timken.

  • Outros como Densidade, Ponto de Fluidez, Índice de Acidez, Índice de Basicidade, Demulsibilidade, Emulsibilidade, Cinzas, Resíduo de Carbono, Proteção anti-ferrugem Corrosão em Lâmina de Cobre, Proteção Anti-Ferrugem, Resistência á Oxidação, Perda por Evaporação e estabilidade ao Cisalhamento.

 

Aditivos:


Definição: São produtos químicos que, adicionados aos óleos, aumentam a eficiência dos mesmos reforçando-lhes ou mesmo conferindo-lhes características necessárias ás exigências do motor ou equipamento.

Tipos:

  • Dispersantes / Detergentes: Têm a finalidade de manter a carbonização (carvão e borras) em suspensão e finalmente dispersos, a fim de evitar que se aglutinem e (ou) depositem no motor, evitando entupimentos das galerias internas. Esta características é visível pelo escurecimento poucas horas após ter sido aplicado ao motor.

  • Detergentes Alcalinos: São utilizados para neutralizar os gases ácidos da combustão, reduzindo a formação de depósitos carbonos, lacas e vernizes, evitando problemas de agarramento dos anéis em condições de operação em altas temperaturas.

  • Antioxidantes: São agentes químicos que retardam a decomposição por oxidação do óleo, adiando seu espessamento e a formação de de compostos ácidos, borras, lacas e vernizes.

  • Passivadores de Metais: Retardam a oxidação dos metais dispersos no óleo

  • Antiespumante: São agentes químicos que previnem e reduzem a formação de espuma, que em contato com com ar ambiente se desfazem com maior facilidade.

  • Anticorrosivos: Evitam o ataque dos contaminantes corrosivos ás superfícies metálicas. Podem ser formados da própria oxidação do óleo, ácidos formados na combustão ou agentes externos contidos no ar.

  • Antiferrugem: São compostos químicos que protegem as peças metálicas da ação da umidade, evitando a formação de ferrugem pela oxidação das ligas não ferrosas.

  • Agentes de Oleosidade: Elevam a resistência do filme de óleo, evitando o contato direto entre metais. Atua em condições de temperatura e carga pouco elevadas. É o que alguns fabricantes o chamam de atração molecular.

  • Agentes Antidesgaste: São substâncias químicas com a finalidade de reduzir o desgaste nos casos de lubrificação limite, isto é, nos casos de cargas e velocidades elevadas onde não se consegue uma lubrificação fluída eficiente.

  • Agentes de Extrema Pressão (EP): São compostos contendo fósforo, enxofre ou cloro que reagem quimicamente com a superfície do metal, formando outros compostos sólidos, evitando o contato metal / metal. Sua ação se dá apenas em condições de extrema pressão com o rompimento do filme de óleo. Quando isso ocorre, o calor liberado provoca uma reação química que induz á formação dos compostos que agem nas superfícies como lubrificantes.

  • Melhoradores do Índice de Viscosidade: Reduzem a variação de viscosidade em função da temperatura. Os MIV´s são compostos de alto peso molecular que formam estruturas do tipo “novelo de lã” no lubrificante. Á medida que a temperatura do óleo de eleva, os “novelos” de MIV´s “incham” dificultando o escoamento do fluído e elevando sua viscosidade.

  • Outros com pouca ou nenhuma utilidade nos lubrificantes automotivos, como corantes, anti-manchas, aromatizantes, emulsificantes, biocidas, emulsificantes, demulsificantes, abaixadores do ponto de fluidez,etc.

 

Aditivos Sólidos


Entre muitos, estão o Politetrafluoretileno (PTFE) ou Teflon e o Bissulfeto de Molibdênio. Ambos são fórmulas para diminuir a ação de desgaste metal/metal. Porém são suscetíveis a formação de borras e, consequentemente, entupimentos das galerias a longo prazo.

Outro problema comum deste tipo de aditivo é a dificuldade de se controlar o tamanho das partículas sólidas suspensas, podendo provocar entupimento de galerias de óleo, assim como interferir nas folgas internas do motor.

 

Condicionador de Metais


Definição: Esta linha surgiu diferenciada de um aditivo, porque de seu funcionamento independe do tipo de óleo utilizado. Ao contrário dos aditivos que melhoram a performance de um determinado óleo, o condicionador de metais reage quimicamente no metal, por um fenômeno chamado adsorção. Isto quer dizer que ele reage quimicamente a nível molecular no metal, aumentando sua resistência em mais de 5 X e diminuindo o atrito em mais de 80%.


Esse processo é feito com a presença de calor, que faz o produto sair do óleo e reagir quimicamente com o metal, alinhando suas moléculas e passando a fazer parte do mesmo.

Isso quer dizer que o produto pode ser aplicado em qualquer tipo de óleo, sendo ele mineral, sintético ou hidráulico, em qualquer tipo de uso, como motores (veículos, aeromodelos, náutica, etc) 2 e 4 tempos, com qualquer tipo de combustível, transmissões, engrenagens, rolamentos, enfim, em qualquer lugar onde haja atrito metal / metal.


Portanto é um produto único, com uma aplicação universal.

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